domingo, 31 de março de 2013

mama cadela

mama cadela-


Brosimum gaudichaudii Tréc


Família Moraceae, mesma do carapiá, dos Ficus spp., e de gêneros comuns na Mata Atlântica, como Sorocea que apresentam espinhos margens das folhas e espetam os pés de desavisados que andam descalços pela mata.
Também desta família, a amora (Morus sp.), a jaca e a fruta-pão (Artocarpus spp.), são exemplos de espécies introduzidas no Brasil que são bem conhecidas da população.
Mama-cadela pode ser encontrada na forma de arbusto ou arvoreta, atingindo até 4m de altura; possui ramos tortuosos e latescentes; folhas simples, alternas, de consistência bem firme, com pecíolo - "cabinho" da folha - curto, face inferior aveludada, nervuras principais amareladas na face superior, latescentes; a planta é monóica, ou seja, possui flores unissexuadas no mesmo indivíduo; as flores têm coloração verde-amareladas, são minúsculas, agrupadas na extremidade de pedúnculos pendentes das axilas das folhas, de maneira especialmente característica da espécie; os frutos são drupas, compostas pelo desenvolvimento e fusão dos ovários das diversas minúsculas flores reunidas, coloração alaranjada, alcançando 3 cm de diâmetro, comestível ao natural ou na forma de sorvete e doces.

Planta muito utilizada pelas populações do Cerrado, como espécie medicinal contra gripes e bronquites, como depurativo do sangue e em má circulação. A casca é comercializada em bancas de raizeiros da região.



 O bergapteno, furocumarina encontrada em cascas, raízes e frutos verdes da mama-cadela, é um princípio ativo já é bem conhecido, sendo utilizado (em combinação com as vitaminas A, B1 e B6) no tratamento do vitiligo e outras doenças que causam despigmentação na pele.
Ainda que os estudos científicos a respeito dessa substância não estejam concluídos, de fato vem-se observando a repigmentação de áreas afetadas por vitiligo através de seu uso. Alguns laboratórios goianos, paulistas e do Distrito Federal estão elaborando comprimidos, extratos, tinturas, pomadas e cremes com base nesta planta, que é também recomendada em estados natural na forma de chás. Está entre as plantas citadas por 90% dos raizeiros, em um trabalho etnobotânico realizado na região de Goiânia.
A madeira, quebradiça, leve e macia, tem aplicações na marcenaria, sendo recomendável o uso de indivíduos jovens na confecção de papel. Tanto as folhas como os frutos integram a dieta de bovinos, o que lhe confere bom potencial forrageiro.
Deve-se evitar retirar a mama-cadela em “limpezas” pastos, pois é ótimo complemento.
Outro possível uso é o das raízes como aromatizante de tabaco para cachimbo ou cigarro de palha, da mesma forma como os rizomas do carapiá.
Substâncias da classe das furocumarinas, todas presentes na mama-cadela.
Todas estas substâncias apresentam capacidade fotossensibilizante. As furocumarinas são utilizadas desde é poças remotas para o tratamento de doenças com sintomas na pele pele, tais como psoríese, hanseníase, vitiligo, leucodermia, micoses, dermatite e eczemas. (Fonte: Leão et al. 2005)
Indicações
Parte usada
Preparo e dosagem
a. manchas da pele, vitiligo
a. casca de ramos e raízes
a. decocto ou infuso: 1 xícara chá de raiz e casca do caule picados, diluir em 1 litro de água. Passar 2 vezes ao dia nas plantas afetadas.
b. depurativo do sangue, na má circulação do sangueb. ramos com folhasb. decocto, infuso ou no vinho seco: 1 xícara de chá de folhas e ramos picados para 1 litro de água ou vinho. Deixar repousar por 24 horas. Beber 2 xícaras de chá ao longo do dia ou 1 copo de vinho ao dia.
c. gripes, resfriados e bronquitesc. toda plantac. infuso (vinho ou água): 1 xícara de chá da planta picada para 1 Litro de vinho ou água fervente. Deixar repousar por 24 horas. Beber de 4 colheres de sopa do vinho ou chá morno ao dia. Pode-se adoçar com mel.
Obs. Quando preparado com vinho, não deve ser dado para crianças e a dosagem do chá deve ser reduzida pela metade.

Referências

Almeida, S.P. 1998. Cerrado: Aproveitamento Alimentar. Planaltina: EMBRAPA-CPAC. 188p.
ALMEIDA, S.P.; PROENÇA, C.E.B.; SANO, S.M.; RIBEIRO, J.F. , 1998. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMPRAPA-CEPAC.
Leão, A. R.; da Cunha, L. C.; Parente, L.M.L.; Castro, L. C. M.; A. C.; Carvalho, H.E.; Rodrigues, V. B. & Bastos, M.A. 2005. Avaliação clínica preliminar do Viticromin em pacientes com vitiligo. Revista Eletrônica de Farmácia vol. 2 (1), 12-23, 2005. www.plantamed.com.br/ESP/Brosimum_guadichaudii.htm
Luciana Melhorança Moreira Añez, , Epifania Rita Vuaden1, , Suzinei Silva Oliveira1, , Maria Cristina de Figueiredo e Albuquerque e Maria de Fátima Barbosa Coelho5. TEMPERATURAS PARA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE MAMA-CADELA (Brosimum gaudichaudii TREC - MORACEAE). www.ufmt.br/agtrop/Revista6/doc/10.htm.
Barroso, G.M; Peixoto, A.L.; Ichaso, C.L.F.; Guimarães, E.F. & Costa, C.G. 2002. Sistemática de Angiospermas do Brasil. Volume 1. 2a Ed. Viçosa:UFV.
MARIA INÊS CANAAN DE OLIVEIRA; MAGALI BORGES DE OLIVEIRA. IDENTIFICAÇÃO, QUANTIFICAÇÃO E DETERMINAÇÃO ESTRUTURAL DE ÓLEOS ESSENCIAIS PARA AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA E TOXICOLÓGICA
www.propesq.ufjf.br/seminario/CDSEMINARIO2003/pesq/proj/proj181.htm
Silva, D.B. da; et al., 2001. Frutas do Cerrado. Brasília: Emprapa Informação Tecnológica.
Silva Júnior, M.C. et al. 2005. 100 Árvores do Cerrado: guia de campo. Brasília, Ed. Rede de Sementes do Cerrado, 278p.
Souza, V.C. & Lorenzi, H. 2005. Botânica Sistemática: guia ilustrado para identificação das famílias de Angiospermas da flora brasileira, baseado em APG II. Nova Odessa-sp, Instituto Plantarum.
Vidal, W.N. & Vidal, M.R.R. 1990. Botânica – Organografia. 3a Ed. Viçosa, UFV.
Fonte: www.biologo.com.br


sábado, 30 de março de 2013

Gabiroba

Gabiroba-Campomanesia xanthocarpa

gabirobeira é um arbusto silvestre, típico do cerrado brasileiro, acostumado a se desenvolver em clima tropical quente e com baixo índice pluviométrico, e por esse motivo deve estar sempre exposto ao sol. Esta planta, pertencente à família das Mirtáceas, pode atingir uma altura de até 15 metros, com um tronco ereto e rajado de branco e uma copa densa, cujas folhas exalam uma aroma característico.
Seu fruto, a gabiroba, possui um formato arredondado, de cor verde-amarelada e uma polpa esverdeada e suculenta, que envolve diversas sementes. Ao se extrair as sementes do fruto, as mesmas devem ser semeadas logo uma vez que perdem rapidamente a capacidade de germinar. A gabiroba é rica em proteínas, carboidratos, niacina, sais minerais, vitaminas do complexo B. São usadas no combate à gripe e no tratamento de diarréias, cãibras e males do trato urinário.


As folhas da gabiroba possuem propriedades medicinais adstrigentes e antidiarréica. A infusão destas folhas pode ser usada como um relaxante muscular através de banhos de imersão, e assim aliviar dores. Estas folhas simples e glandulares, possuem a face superior com a nervura central impressa, e a face inferior com ou sem pêlos.
Já a polpa pode ser utilizada em diversas aplicações culinárias como geléias, sucos, doces, sorvetes, pudins, licores, batidas ou cachaça, além de poder ser consumida ao natural.

Sua madeira tem um belo aspecto rajado, de exuberantes manchas brancas, oriundo das várias lascas desprendidas com o tempo, porém tem um uso limitado na construção civil tornando-a uma forte fonte para lenha e carvão. Isso porque é pesada, com uma textura média, sujeita ao rachamento na secagem e pouco durável.
Todavia, a gabirobeira é utilizada na arborização em geral, graças a sua bela conformação ornamental, principalmete na primavera, quando sua copa se enche de pequenas flores brancas, dando um agradável e relaxante sensação de limpeza e claridade ao ambiente. Pode ser utilizada também para arborização e reflorestamento de áreas degradadas.
O nome gabiroba possui raiz na língua tupi-guarani e significa casca amarga. O fruto ainda é pouco experimentada em pomares comerciais. Trata-se de uma planta perene, cuja a flor é hermafrodita e autofértil, da mesma família da goiaba e do araçá. Talvez por isso seu gosto adocicado lembre um pouco o sabor das frutas citadas.

Não há informações sobre a venda em grandes quantidades da gabiroba, encontradas mais facilmente no chão de quintais e pomares.





Fontes:
http://www.frutas.radar-rs.com.br
http://revistagloborural.globo.com
http://www.4elementos.bio.br
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gabiroba